Quando você volta?
Tento não falar muito da vida pessoal por aqui (pelo menos não em detalhes), mas esse post foi um pouco inevitável.
Faz dois anos e um mês que moro em Madrid e acabo de voltar de férias em São Paulo (é a coisa mais estranha do mundo passar férias em “casa”, rs). Nesses dois anos, só tinha ido ao Brasil uma vez, três meses depois de chegar aqui, para resolver umas coisinhas burocráticas; ou seja, fazia já quase dois anos que não ia pra lá.
Conhecendo o Memorial da Resistência – SP
E aí apareceu a pergunta inevitável: “quando você volta?”. Ou melhor, as inevitáveis: “vai morar lá para sempre?”, “você vai casar?”, “lá é bem melhor que aqui, né?”, “até quando você fica?” e por aí vai. Já fiz essas perguntas a vários amigos que moraram ou moram fora, mas agora que eu tô do lado de cá eu confesso que é muito chato ouvi-las.
Vou explicar o motivo:
– Nem eu sei quando volto, se volto, etc!!
Quando a gente vai morar fora e decide ficar (especialmente as pessoas nessa fase dos 20 e poucos, quando se viaja para conhecer outros lugares, estudar e curtir a vida), na maioria das vezes não rolam muitos planos, você vai vivendo um dia de cada vez, fazendo um curso aqui outro lá, buscando um trabalho legalmente possível e tudo isso.
É diferente dos amigos que ficaram lá do outro lado do oceano que já estão com casamento marcado com meses de antecedência, que já compraram apartamento e estão planejando as próximas férias ou o MBA.
Nada contra tudo disso, mas as coisas não funcionam assim pra mim, que sou imigrante e tenho apenas um visto de estudante na Espanha. Além disso, são tantas variáveis: trabalho, estudos, amor, estilo de vida. Se eu pensar na questão financeira, não tenho dúvidas de que em SP estaria melhor, mas ao ver como o trânsito piorou nesses dois anos… e assim vai a minha “balança mental”.
Além disso, quem me conhece e mantém contato comigo sabe quais são meus planos (pelo menos para as próximas semanas ou meses), então quando surge a pergunta do “vai ficar lá para sempre?”, dá vontade de dizer: “você tá preocupado mesmo ou só quer xeretar?”, rs!
Por hora, eu vou ficando. Se será por mais alguns meses, anos ou pra sempre, só o tempo dirá. Se você perguntar se dá um medinho não ter o futuro todo planejado? Dá!!!! Mas quantas vezes a gente já não planejou e não deu certo? Talvez o que a gente prefira é a ilusão do “para sempre” e a falsa segurança que ela traz.
Se as outras pessoas perceberam que eu mudei, eu não sei; mas eu percebi que mudei muito nesse período ao reencontrar a família e os amigos. Apesar de já estar com saudade de muita gente e muita coisa do Brasil (quero meu cachorro!!!!) , a melhor coisa foi subir no avião com destino a Madrid feliz da vida de estar voltando para “casa”.
Posso ser bairrista? Prefiro o marco zero de São Paulo ao de Madrid 🙂
Alguém aí já passou por isso?
Gostei muito, me identifiquei por que já vivi estes dilemas e isto que vc conta é parte da minha historia ! um abraço y besos
Lari,
Tua casa é onde teu coração está!! Isso é certo …
Tem um outro ditado da internet que diz que casa é onde a wifi se conecta sozinha, assim no automático … mas ai a gente moraria na universidade, na biblioteca do bairro, no centro comercial, no bar.
O coração sabe das coisas …
É verdade, casa é onde o coração está! E nesse momento não consigo imaginá-lo longe daqui! 🙂
Oi Larissa e ai, quando você volta? rs.
Espero que as pessoas já não te façam mais essa pergunta, pois acredito que a resposta seja um pouquinho óbvia, rs.
Atualmente vivo uma situação um pouco parecida, porém a pergunta que sempre me fazem é “Quando você vai para a Espanha?”.
Não sei se você vai recordar, mas comentei um post no ano passado e relatei que meu namorado, espanhol, estava voltando pra Madrid e que eu tinha dúvidas sobre “arriscar” viver ai com ele. (infelizmente no ano passado quando estive ai em maio, não consegui marcar um café com você 😉 ).
Bem, hoje com a ideia mais amadurecida e com praticamente quase tudo planejado, pretendo até o meio do ano estar ai, porém confesso que cada dia mais percebo o quanto está sendo difícil essa espera e a minha vontade é ir amanhã, já não consigo mais me concentrar no trabalho, as coisas aqui estão sem cor, sem graça e é bem isso que falaram, não tem como viver em um lugar se seu coração está em outro e agora percebo isso, o quanto é difícil essa distancia.
Tô contando os dias e se Deus permitir estarei ai antes mesmo do que planejo!
Beijos Larissa e espero que desfrute cada dia mais dessa cidade incrível!
Hérika, a maioria das pessoas já não pergunta isso, mas tenho certeza que algumas perguntarão quando eu for ao Brasil. E pode ser que um dia eu volte mesmo, quem sabe? Espero que dê tudo certo e tente curtir os últimos meses por aí. Um abraço!
ai ai ai essa ai eh a perguntinha basica que aparece em todo e qualquer encontro … rs .. eh soh esperar que logo logo vem: “Quando vc volta???” ou “E ai, nao vai voltar mais nao??” Nao me importo que perguntem, exceto pelo fato de que …. nao sei a resposta!!! haha … eh dificil saber ne? A gente acaba se acostumando, a vida vai tomando o seu ritmo, e, quando vc vê, tudo caminha direitinho como deve ser. No meu caso, eu sempre dizia que voltaria. Brinco que meu marido me enganou, falou que viríamos por 2 anos para “experimentar”, e lá se vao quase 8 anos. E, nessa altura, os filhos ja estao adaptados, Giovanna ja em High School, preparando-se para o College – processo que eh totalmente diferente do Brasil – Lucas ja na 4a. serie, praticando esporte, enfim … acho que ficaria dificil eles terem as mesmas oportunidades no Brasil. Teriam que voltar pra escola particular e fazer toda uma re-adaptacao. O fator seguranca eh algo muito forte tb pra mim. Qdo vou a Sao Paulo, vivo com medo. Enfim … um dia de cada vez ne? Hj em dia digo que, talvez qdo estiver bem velhinha voltarei para o Brasil, mas nao para morar em SP capital, mas no interior. Vida louca de Sao Paulo eu acho que nao encaro mais nao ….. besitos Lali querida.
Como assim, a Gigi já está se preparando para o College?? O tempo voa! Quando eu escrevi esse post, eu não tinha a menor ideia do que ia acontecer. Hoje, estou mais decidida a ficar, mas depende de tanta coisa, né? Nunca dá pra dizer que é pra sempre, eu acho. Beijos, Clau!