Arte brasileira nas ruas de Madrid

Navegando pelos blogs e páginas sobre Madrid, acabei encontrando o trabalho do Pedro Sega, que já tinha visto pelas ruas da cidade, mas nem imaginava que era brasileiro, porque não tinha nada da ideia de Brasil “tupiniquim” que o pessoal tá acostumado no exterior.

Entrei em contato com o Pedro por email para saber como ele tinha vindo parar aqui e ele respondeu minhas perguntas rapidinho e foi super solícito. Aliás, a falha foi minha em demorar um tempão publicando aqui no blog o que ele me mandou. Para quem quiser acompanhar, a página dele é: http://pedrosega.tumblr.com/home

Assim como outros brasileiros, o Pedro veio pra cá sem saber muito bem se ia ficar. “Meu pai morava em Madrid há uns 4 ou 5 anos. Lembro que demorei uns dois anos em decidir que queria sair do Brasil até que um dia decidi e no dia seguinte já estava embarcando. Ao chegar aqui fui muito bem recebido, comecei a estudar decoração cerâmica e a conhecer graffiteiros espanhóis que tinham outro nível e outro estilo totalmente diferente do meu e alguns se dedicavam ao mesmo que eu. A verdade é que a concorrência me fez decidir também subir de nível e usar a ilustração para diferenciar dos demais”.

Obra de Pedro Sega num "quiosco" de Madrid

Obra de Pedro Sega num “quiosco” de Madrid

Sabe aqueles caras que passam todas as aulas desenhando na escola? Pedro era desse tipo e isso nunca agradou os professores, embora sempre tirasse boas notas. Depois de ser pichador por anos, ele decidiu se dedicar ao grafitti, sempre autodidata. Ele fez alguns cursos, mas não uma formação acadêmica regular porque prefere fazer cursos especializados em cada técnica.

Em suas obras, sejam elas “desenhos, intervenções ou outra forma de expressão artística que eu faço sempre busco retratar alguma ideia, lembrança ou desejo”. Por isso, sua obra se encaixa em qualquer lugar, mas ele diz que por aqui tem mais espaços para realizar intervenções. “A ideia inicial de graffiti (thrown ups, tags) é igual nos dois lugares, a diferença é que no Brasil poucas cidades têm metro e trens, então somos obrigador a usar muitas vezes somente a rua (paredes e portas)”. Ele diz que no centro de Madrid o graffiti real é muito mal visto, enquanto outras formas de street art são mais aceitas, porque utilizam outros materiais que não são relacionados ao vandalismo como ocorre com o spray.

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A crise também chegou nesta área, é claro! “A concorrência está cada vez maior e também diminuiu a quantidade de gente que necessita um ilustrador, já que fecharam muitas revistas e outros meios, mas isso também tem um ponto positivo, porque te obriga a criar algo novo que sua concorrência ainda não sabe e você poder ir um passo na frente”. Se ser brasileiro é vantagem ou desvantagem, ele não sabe; mas não tem dúvidas de que é um diferencial.

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Pedro, boa sorte! E os leitores que moram em Madrid ou estão visitando a cidade, recomendo dar uma olhada aos pequenos detalhes porque a cidade está cheia de manifestações artísticas e culturais de todos os tipos. 🙂

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